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Sábado
30 de Maio, 2018
O ser humano e o carro – carência e relação de poder
A mídia passa a
informação que para ser mais feliz é necessário ter bens materiais, inúmeros,
vindos de várias frentes. Uma delas é a indústria automobilística que demonstra
o quanto o carro é importante na vida das pessoas para realizar sonhos e trazer
a felicidade, e a grande maioria acredita nisto.
O carro permite
uma sensação de poder sobre rodas, de ter o controle e o direito de passagem
por onde for sem limites. Percebe-se isto nas infrações frequentes das leis de
trânsito. Então, o que ocorre na mente e nos sentimentos da pessoa que usa o
carro como um instrumento de poder, controle e exibicionismo?
É necessário
partir do principio que a carência e a necessidade de sermos notados são
extremas no mundo de hoje. As pessoas dependem da opinião externa para dar
sequencia a suas vidas.
O carro pode
ajudar neste processo quando tê-lo significa status e o parâmetro para o conceito
de si próprio diante dos outros. Ele passa uma falsa ideia de suprir esta
carência, só que isto dura somente o tempo do lançamento de outro modelo melhor
e mais bonito. O carro pode ser comparado às máscaras utilizadas em diversas
situações que precisamos enfrentar. A diferença é que estar sobre rodas de
forma irresponsável é mais nocivo, de forma perigosa, para a vida das outras pessoas.
Enquanto a máscara da mentira, por exemplo, engana, mas não mata.
Cabe compreender que não é o carro ou qualquer objeto que vai nos dar a segurança e a sensação de poder e sim o fortalecimento interno na busca pelo autoconhecimento e a auto aceitação.
Andréia Reis Psicóloga do NAP