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Sábado
23 de Setembro, 2020
Uma das questões sociais que atualmente recebe muita atenção e que mobiliza a sociedade é a violência doméstica. Segundo pesquisa realizada pelo DataSenado (www.senado.leg.br/noticias/datasenado) e publicada em 2013 respeito da violência contra as mulheres, estima-se que mais de 13 milhões e 500 mil mulheres já sofreram algum tipo de agressão.
Com a
sanção da lei 11.340 de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, a luta
contra a violência doméstica alcançou notoriedade e recebeu investimentos e
recursos, tanto financeiros quanto legais, para coibir a violência e dar
suporte às vítimas. Algo que era tratado de modo velado passou a estar presente
e visível aos olhos da sociedade.
Frente
aos casos de violência que surgem nos mais diversos órgãos municipais e de seus
profissionais que trabalham com esta realidade, a figura do psicólogo torna-se
importante. Além de acolher a vítima e
prestar auxílio nas mais diversas questões psíquicas, o psicólogo, juntamente
com outros profissionais, integra uma equipe multidisciplinar que tem como
objetivo desenvolver ações que busquem prevenir e coibir a violência contra as
mulheres.
Porém, é
importante refletir sobre os motivos que levaram a uma relação conjugal de
violência. Como foi que a agressão, seja física ou psicológica, passou a fazer
parte desta relação? Possivelmente a violência foi algo que já estava presente
na vida das pessoas envolvidas. Fez parte de uma infância conturbada e
angustiante cujo resultado apreendido, de maneira inconsciente, é de algo que
faz parte da relação familiar e, por esta razão, tornou-se elemento
constituinte na vida conjugal formada por vítima e agressor. Haveria aí uma
repetição da conflitiva dos pais do passado, revivenciada na constituição atual
do casal? Desta maneira, suportar a agressão ou ter dificuldades para se desligar
desta relação conflituosa é algo difícil e complicado, pois a vítima passa a
pensar que “as coisas são assim mesmo” e não consegue perceber alternativas de
mudança.
Como o
psicólogo pode contribuir nesta questão? A psicoterapia é a possibilidade que o
sujeito tem de poder refletir e perceber esta construção inconsciente as quais
está amarrado, permitindo lidar melhor com a situação atual, com seu sofrimento
e angústias e possibilitando que consiga se fortalecer para poder romper com o
ciclo de violência que fez parte de sua infância e, atualmente, de sua vida
adulta.
Além disso, se estas questões inconscientes ligadas à violência não forem devidamente trabalhadas, contando com o apoio do trabalho de um psicólogo, possivelmente irão se repetir, em uma nova relação conjugal, se perpetuando o ciclo vicioso das relações com estas características.
Ricardo
Cataneo
CRP:
07/23433