O EMOCIONAL E OS SENTIDOS NA ALIMENTAÇÃO

12 de Julho, 2018

O EMOCIONAL E OS SENTIDOS NA ALIMENTAÇÃO

Há muito tempo, a questão do comer vai além do alimentar-se e sim, circulam no prazer, desejo e satisfação. Porque mantemos esta relação com o comer?

Para responder esta pergunta faz-se necessário buscar nossa relação inicial com a alimentação que se configura na amamentação. Por isso muito de nossas significações em relação a este hábito está ligado à condução deste momento. Inicialmente se recebemos muito ou pouco contato com o leite materno, ou se fomos privados deste, e principalmente se este foi utilizado para nos acalmar – se chora muito, leva ao seio ou se não dorme, também mama, ou seja, fica mais associado a outras coisas do que simplesmente ao alimento – acaba servindo mais como calmante e alívio de ansiedade do que para passar a fome.

Diante disto, vamos desenvolvendo uma relação confusa com o comer e este fica representando um alívio de sintomas negativos que fazem com que na vida adulta, comemos para nos sentir melhor – se estamos tristes, comemos; se estamos felizes, comemos; se estamos ansiosos, comemos. Acabamos não sentindo e vivendo os sentimentos nos seus significados reais – se estou triste, devo chorar; se estou feliz, vivo esta felicidade.

Outro ponto relevante associado ao comer é a apresentação, ou seja, a forma em que o prato é apresentado na hora de comer. O ato de comer envolve todos os sentidos e quanto mais forte é o estímulo neste momento, maior satisfação irá proporcionar a quem esta se alimentando. Isto envolve o cheiro, o gosto e principalmente a aparência do alimento.

Se a aparência do alimento é importante, então realmente “comemos com os olhos”. Começamos o processo do alimentar-se pelo olhar e este irá contribuir diretamente para o prazer e a satisfação do ato, assim como a sedução pelo olhar também ocorre em outros contatos (afetivo, compras, escolhas, etc.)

Assim, podemos afirmar que, ao compreendermos que estamos sendo arrastados para o consumo de determinados alimentos, em função de nosso estado emocional ou de sua aparência, temos condições de interferir, modificando essa preferência psicológica, optando por alimentos que elevem a nossa alma, auxiliando-nos e sentir-se melhor.


Andréia Reis Psicóloga do NAP