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Sábado
01 de Fevereiro, 2018
Depressão: mas ela parecia tão bem? Mas você não parece doente!
“Isso é só uma fase” ...”Vai passar...” “Está querendo
chamar a atenção...” “É manha...” Seguidamente nos deparamos com justificativas
neste estilo para algum problema que é mais sério do que se possa imaginar. Por
falta de atenção e cuidado com relação à rotina e a mudança no jeito de encarar
e levar a vida, é comum a negligência de cuidados com a saúde psíquica e
emocional de alguém que, por estar próximo, passa desapercebidamente. Assim, quando
a tristeza deixa de ser um sentimento momentâneo e se mantém persistente
transformando-se em sentimento de apatia, indiferença, desesperança, falta de prazer
pela vida, pode estar desencadeando sintomas de depressão. Esta é uma situação
que deve ser encarada seriamente em todas as faixas etárias, cujas
manifestações devem ser investigadas e os sintomas, tratados. É muito frequente ouvirmos argumentos que
descaracterizam a pessoa como possível portadora deste transtorno, afinal “ela
não tem motivos para entrar em depressão!” “tem tudo que quer!” Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) a depressão afeta 322
milhões de pessoas no mundo. A prevalência do transtorno na população mundial é
de 4,4%. No Brasil, é estimado que 5,8% sofre com esse problema afetando um
total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o
país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior
prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm
5,9% de depressivos (g1.globo.com/tudo-sobre/organizacao-mundial-de-saude).
Frente a essa realidade, quais seriam os motivos geradores da depressão,
esse mal que afeta boa parte da população? Segundo as mais diversas tendências
científicas parece haver um consenso de que a depressão tem origem biopsicossocial. É muito difícil encontrarmos uma alteração
física que não altere ou interfira no estado emocional
e vice-versa. Desta forma, ambos estão indissoluvelmente atrelados recebendo
ainda a influência de fatores ambientais. Na Depressão,
o juízo crítico frequentemente permanece conservado, porém as vivências da
pessoa são geralmente suportadas com
grande sofrimento e apresentando perspectivas pessimistas. Assim sendo, a
interpretação da realidade parece assumir caráter alterado, o que varia de
acordo com a intensidade. A depressão é uma doença que tem critérios diagnósticos
precisos e merece atenção especial tendo em vista as comorbidades dela
decorrentes.
Deve se ter o cuidado de não
enquadrar como doença todo e qualquer sintoma, mas dar a atenção aos relatos ou
observações comportamentais caracterizadas por menor interesse por passatempos,
falta de importância com coisas antes
importantes, enfim, falta de prazer para atividades anteriormente consideradas
agradáveis que faziam parte do dia a dia da pessoa causando prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional na vida do indivíduo. A dica é buscar a experiência de um
profissional capacitado para que possa definir diagnóstico, aconselhamento e
tratamento. O aconselhamento pode vir a ser a única terapia necessária
dispensando o tratamento medicamentoso. Em casos mais graves, o uso de
medicamento aliada à psicoterapia se fazem necessários. O importante é saber
que a depressão é uma doença como tantas outras, sem motivos para vergonha e
com real necessidade de tratamento e que esse seja adequado podendo vir a
trazer qualidade de vida para o indivíduo.
Rejane Friedrich Psicóloga do NAP