(51) 3035.3606
(51) 9937.53003
contato@napvs.com.br
07:30 - 21:00
Seg - Sex
08:00 - 12:00
Sábado
03 de Agosto, 2017
A experiência da morte e a vivência do luto para a criança
É com muita naturalidade que falamos sobre o ciclo
da vida quando se refere ao nascer, crescer e reproduzir. Porém, ao nos
depararmos com a etapa deste ciclo que se refere à morte, o assunto já não é
visto desta forma.
Deixar de existir é tão natural
como o não existir e é a maior certeza de ocorrência na minha, na sua e na vida
de todos os vivos. Por mais que as pessoas não queiram falar ou tratar sobre a
morte ela é o fato que vai acontecer de uma forma ou de outra, mais cedo ou
mais tarde. Ela chega para todos, sem exceção. Porém falar, lidar, enfrentar e
encarar a morte é difícil tendo em vista os sentimentos que ela envolve.
Já que não podemos evitar que a
morte ocorra, podemos lidar melhor ou pior com ela. Podemos negar, fugir do
assunto e até nos iludir de que não falando sobre a morte ficaremos mais
distantes dela e que, de repente ela não
acontecerá conosco ou com as pessoas que queremos bem. Ou podemos encará-la de
frente como um acontecimento inevitável e então viver bem, aproveitar o tempo
de vida da melhor forma possível.
Por se tratar de um assunto tão
temível ele causa mais angústia quando há a necessidade de tratá-lo com as
crianças. Os pais se deparam com a sua própria dor e por outro lado com a
ansiedade oriunda das dúvidas que possuem sobre a forma de abordar e lidar com
este acontecimento traumático junto aos filhos. Para os pais, dar a notícia de
morte aos filhos é uma experiência assustadora, pois na intenção de protegê-los
da situação, acabam tratando o assunto de forma inadequada. Antes de tudo é
preciso que os pais saibam que, de acordo com a idade e o estágio de
desenvolvimento que a criança está, a forma como ela entende a morte é
diferente e por isto é importante adequar o discurso à sua idade e
maturidade. Além disto, cada criança reage de forma diferente à notícia e por
isso que não há nenhuma certeza sobre a forma como ela reagirá frente ao fato.
Assim sendo, o indicado é que os pais usem de sinceridade para contar o fato ao
filho, demonstrando apoio e compreensão na expressão de seus sentimentos
indicando que estarão ao seu lado no período de luto. Esses são fatores
fundamentais para que mesmo em uma situação tão delicada a criança consiga
elaborar a ocorrência da morte e vivencie o luto como forma de superação desse
fato.
Quanto mais naturalidade e
simplicidade se tratar sobre a morte com a criança, mais tranquila será a sua
aceitação, adaptação e reestruturação ao mundo sem a presença da pessoa
falecida.
Rejane Friedrich Psicóloga do NAP