​Pais, filhos e férias.

03 de Janeiro, 2019

Pais, filhos e férias.

Eis que nos aproximamos de mais um período de férias, as tão esperadas férias de verão (ou nem tão esperadas assim, dependendo do ponto de vista). Em alguns casos, é o momento que muitas famílias organizam para viajar e passar um tempo juntas. Outras, seguem a rotina mais ou menos como de costume, exceto pela presença constante dos filhos em casa. Há ainda as famílias cujos pais seguem a mesma rotina e os filhos viajam para casa de amigos ou familiares. Inúmeras são as possibilidades de passar este tempo longe da escola de acordo com a dinâmica de cada família. Seja qual for a programação possível, convido-lhes para uma reflexão sobre as férias de nossos filhos.

Quem costuma aguardar ansiosamente o período de férias são as crianças e adolescentes. Nós, pais, costumamos estranhar tê-los conosco 24hs por dia ou, do contrário, darmos um jeito de achar algo para lhes ocupar enquanto cumprimos com nossos compromissos. Estamos habituados que estejam na escola em pelo menos um turno, na maior parte do ano. Assim, estarmos com nossas crias por dois meses, em turno integral, pode nos deixar um pouco perdidos, sem saber muito bem o que fazer. Em outras palavras: apavorados. O que fazer com tanta energia? Tanta disposição, curiosidade, interesse pelo novo? Ou, no caso de filhos adolescentes, tanto mau humor e uma incubação midiática constante? Pois é ai que lhes ofereço um desafio, que pode não ser fácil, eu sei. Mas vamos lá. Se tomarmos as férias de nossos filhos como uma possibilidade de nos fazermos mais presentes na vida deles, tendo, neste caso, a chance de conhecê-los melhor, saber de gostos, preferências, tentar um bate papo gostoso com nossos adolescentes, com um interesse legítimo, genuíno. O interesse genuíno aproxima as pessoas e estreita laços. No caso de nossas crianças, nos permitir aproveitar este tempo juntos sendo crianças outra vez, curtir um banho de mangueira, de chuva... jogar futebol na praia e tomar sorvete no fim do dia. Correr no parque e rolar na grama com o cachorro. Estas vivências permanecem para sempre em nossas memórias afetivas e na de nossos filhos também, contribuindo para que cresçam adultos mais seguros e decididos. Portanto, desejo que possamos usufruir deste tempo nos despindo um pouco da seriedade da vida adulta, nos permitindo alguns arroubos infanto-juvenis que nos ajudem a nos conectarmos com nossos filhos. E que sejamos muito felizes e tenhamos muitas histórias para contar sobre estas férias, juntos!


Lisiane Fortuna Psicóloga do NAP