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Sábado
31 de Outubro, 2018
Transtorno de estresse pós-traumático
No
Brasil, a violência nas grandes cidades e o número de acidentes de trânsito vêm
crescendo desenfreadamente, gerando altos custos individuais e sociais, além de
danos psicológicos para as vítimas e seus familiares. Pessoas sobreviventes
destas situações podem desenvolver alterações no funcionamento cognitivo,
emocional e comportamental por não aguentar ter de conviver com o fato
ocorrido.
Quanto
maior a gravidade da situação, mais chance de um trauma emocional se instalar, quando
combinado com algumas particularidades do sujeito. Pessoas com predisposição
(ansiosas, depressivas, etc.) e menor capacidade de lidar com eventos
estressores, são acometidas com mais intensidade aos efeitos de um trauma.
Grande
parte das pessoas que vivenciam situações traumáticas se recupera de forma mais
ou menos rápida. Neste caso, é uma resposta de estresse temporário que cede com
o passar do tempo. Porém, algumas vão desenvolver o chamado TEPT (Transtorno de
estresse pós-traumático), depois de sofrer um evento violento. Passar por uma
situação de ameaça (real ou percebida) de morte, dano à integridade física ou
violação sexual de modo agressivo, pode dar origem ao desenvolvimento deste
transtorno.
Caracterizado
como um conjunto de sintomas envolvendo altos níveis de ansiedade, o TEPT
dispara no sujeito momentos em que ele tem a impressão de estar revivendo a
situação traumática. A angústia do retorno da experiência ou “flash-backs” é
desconfortável, porque a pessoa não tem o controle e não sabe quando e nem onde
ela vai ocorrer. Além disso, quando acontece, ela gera fortes emoções negativas
associadas ao trauma inicial.
Outros
sintomas que surgem neste transtorno são os sonhos e recordações aflitivas e
recorrentes do evento perturbador. Comportamentos de esquiva de lugares,
situações, pessoas, assuntos, etc. que podem acionar reações fisiológicas ou gerar
sofrimento psíquico associado ao ocorrido também estão entre os indícios da
presença do TEPT.
O TEPT
pode ocorrer em pessoas que não estiveram diretamente expostas ao cenário
estressor, mas por ter ouvido falar de um evento traumático ocorrido com um
parente ou amigo próximo, que foi contado com muitos detalhes aversivos.
Se depois de três meses do trauma ocorrido, a pessoa continua tendo os sintomas descritos acima e fica em alerta constante devido aos estímulos do ambiente ser percebidos como ameaçadores, é possível que o TEPT esteja se instalando, porque o cérebro não deu conta de processar adequadamente este evento traumático. Quanto mais cedo esta pessoa tratar o evento estressor, menor será a probabilidade de ele se tornar crônico e desenvolver outros transtornos como depressão, ansiedade, adição, etc.
Eduardo Wunsch Psicólogo do NAP