Meu filho não me obedece! O que fazer?

21 de Setembro, 2017

Meu filho não me obedece! O que fazer?

Inicialmente é importante termos consciência de que não existe receita de bolo no manejo com os nossos filhos. Isto porque somos seres subjetivos com maneiras próprias de agir, reagir, interpretar as situações e ver o mundo. São muitas diferenças e é isto que nos torna únicos.

Com as nossas crianças isto não é diferente. São pequenos seres se descobrindo, testando seus limites e também os nossos. Eles precisam passar por esta fase de descobertas e de testes, pois estão se constituindo, estão descobrindo quem eles são no mundo.

Existem fases do desenvolvimento que esta “desobediência” se torna mais evidente, que é por volta dos famosos dois anos e na adolescência. São momentos extremamente desgastantes e cansativos para os pais. Desta forma é importante compreender que o comportamento mais desafiador faz parte da evolução das crianças e não é algo pessoal. Com este entendimento tal período pode se tornar mais leve e prazeroso.

Vale salientar que a autodescoberta é um processo que pode durar para algumas pessoas a vida toda. Se os pais derem a oportunidade para as crianças se experienciarem de uma maneira mais tranquila e menos controlada, teremos adultos mais saudáveis, seguros e apropriados de si mesmos. No entanto dar limites é fundamental. O limite é estruturante e demonstra aos pequenos que tem alguém olhando por eles, passando assim segurança.

Experimente observar mais seu filho, tente conhecê-lo melhor, entenda as fases que ele está passando, suas descobertas, frustrações e reações. Brinque com ele. Passamos mais tempo tentando fazer com que as crianças correspondam aquilo que esperamos delas, ou seja, nos obedecendo, do que tentando conhecê-las e entendê-las. Tente desfrutar mais momentos com seu filho, inclua-o nas suas atividades, critique-o menos e o elogie mais, desde que o elogio seja merecido. Foque em suas qualidades, nos seus potenciais e menos nas questões que incomodam. Na maioria das vezes as crianças repetem as coisas que não gostamos pois sabem que assim chamam a nossa atenção. E não se esqueçam... sejam o exemplo! Nesta busca de educar nossos filhos passamos a prestar mais atenção em nós mesmos, em nossos hábitos e comportamentos, e como ganho passamos a ser pessoas melhores e mais interiorizadas.

Ninguém nos prometeu que esta caminhada seria fácil, mas com sabedoria, podemos deixar fluir os momentos que nos exigem paciência em doses extremante altas, e aproveitar o que ela tem de melhor, que é o amor e o carinho que só um filho pode dar!


Scheila Flesch Psicóloga do NAP