A alma também sangra

22 de Junho, 2017

A ALMA TAMBÉM SANGRA

Quando sentimos uma dor de cabeça ou nos machucamos, o que fazer é claro: vamos ao médico, tomamos remédio, fazemos um curativo. Dependendo da gravidade da situação, tratamentos mais intensos podem ser necessários, pode ser preciso fazer pontos ou até mesmo uma cirurgia.

Se somos tão atenciosos com nossos corpos, por que não damos a mesma atenção ao que sentimos pela via das emoções?

Se você está desanimado, é uma bobagem. Se está triste, não deve ficar assim. Seus olhos não devem encher de lágrimas e precisamos seguir firmes e fortes simplesmente porque é assim. E aquele relacionamento que terminou e que ainda te incomoda? Mas que besteira! Quantas vezes não ouvimos ou dizemos nós mesmos coisas assim?

Mas uma ferida na alma é muito parecida com uma ferida no corpo.

Se não dermos atenção a ela, vai infeccionar e piorar a tal ponto em que não dá mais para aguentar – aí vem a depressão, o pânico, dentre outros, muitos outros. Só que ela é invisível: à primeira vista, pode parecer mais fácil ignorar. Vestimos a roupa bonita da felicidade e assim vamos dando sequência às nossas vidas. Essa roupa, sobre a ferida aberta, machuca mais ainda.

Uma ferida na alma também precisa de atenção e tratamento. Nossa saúde psíquica é tão importante quanto a física e a verdade é que as duas estão intimamente relacionadas. O corpo também adoece em consequência da alma.

Por outro lado, uma ferida deste tipo leva muito mais tempo para cicatrizar. E não dá para colocar um anestésico em cima, porque, muitas vezes, é preciso mexer justamente onde dói. Assim como na pele, também fica uma marca. Ela não precisa ser feia, porém. Pode ser uma marca bonita de onde muitos galhos virão a brotar, florescer e produzir frutos.

Estar atento à nossa saúde psíquica é investir na felicidade.


Luiz Mateus Pacheco Estagiário de Psicologia