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Sábado
03 de Novembro, 2016
E Depois,... ?
Diante
disto, podemos pensar o luto como um amplo leque de reações e emoções. Alguns
autores nos falam em fases do luto como a negação ou a barganha, mas também
podemos pensar em um momento de cada um de uma forma única e muito particular.
Existem manifestações mais comuns, mas de um modo geral observamos a perda de
interesse pelo mundo externo, tristeza, desânimo e até mesmo incapacidade de
amar. Não podemos e não devemos generalizar, pois cada um vive a situação de
uma maneira particular, de acordo com o entendimento da pessoa e com as associações
que se tem com a morte, com a sua história e também com seu contexto atual.
Vivenciar
e suportar o luto não são nada fáceis, mas cada indivíduo tem e busca recursos
particulares para enfrentar o momento. Poder falar, abordar, relembrar momentos
com o ente que se foi pode ser uma boa alternativa, pois ajuda a elaborar a
morte neste momento em que a “falta” está presente. Para um sujeito realizar de
forma satisfatória o processo de luto, deve ser permitido a ele viver à sua
maneira e em seu tempo este processo. Não existe um tempo cronológico certo
para o mesmo, pois o processo pode variar de acordo com vários fatores como,
por exemplo: a relação do enlutado com o morto, com seu círculo social, as
circunstâncias da morte e principalmente com seus recursos internos. Interditar o assunto da morte, tornar algo que
não pode ser dito, ou seja, velado pode gerar ainda mais sofrimento.
Naturalizar o assunto auxilia o sujeito a ressignificar a morte e também a
perda do familiar ou amigo ajudando na elaboração deste conflito, lembrando que
quanto maior o investimento afetivo, maior energia necessária para o
desligamento. Vale lembrar que o período do primeiro ano pode ser muito
importante e significativo para o enlutado, pois há a vivência de situações e
passagem de datas comemorativas especiais envolvendo o morto, ou seja, é a
passagem e o fechamento de um ciclo.
Aceitar
a realidade da perda possibilita a diminuição de sintomas auxiliando na
reconstrução de um “novo” mundo interno. Transformar sentimentos difíceis elaborando-os,
digerindo-os, mas principalmente compreendendo-os e
ressignificando-os faria a vivência do
luto menos difícil e dolorosa tornando assim as palavras e os dias menos
carregados de dor.
Lisane Luz Pacheco Psicóloga do NAP